Conferência em Durban não chega a acordo sobre florestas
Conferência em Durban não chega a acordo sobre florestas
CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN
A conferência do clima de Durban fez sua primeira vítima nesta madrugada: o chamado Redd +, mecanismo de redução de emissões por desmatamento.
Esse mecanismo, adotado formalmente na conferência da ONU sobre o clima em Cancun (México) no final de 2010, tem como objetivo estimular os países que têm florestas tropicais a evitar desflorestá-las ou a administrá-las de maneira durável, obtendo compensações financeiras.
Por oposição do Japão e da Austrália, as negociações sobre o financiamento para ações de Redd afundaram e nenhum texto será apresentado aos ministros para decisão política nesta sexta-feira.
Ironicamente, os dois países que mais se opunham na negociação de florestas, Brasil e Papua-Nova Guiné, fecharam um acordo na quinta à noite pela primeira vez. Ambos aceitaram que o Redd poderá ter mecanismos de mercado –ou seja, que países ricos possam comprar créditos de carbono por desmatamento evitado nos países tropicais–, mas de forma limitada.
O Japão, que tem dificuldades em cortar emissões no setor de energia (que já é o mais eficiente do mundo), queria poder abater suas emissões com créditos de Redd sem limites. Não houve acordo.