COMISSÃO DIZ QUE EMPRESAS TOMARAM 'DECISÕES RUINS' EM VAZAMENTO NO GOLFO
COMISSÃO DIZ QUE EMPRESAS TOMARAM ‘DECISÕES RUINS’ EM VAZAMENTO NO GOLFO
A comissão do governo americano que apura o vazamento de petróleo no Golfo do México afirmou nesta terça-feira que as três empresas envolvidas na catástrofe ambiental não tinham “cultura de segurança” e tomaram uma série de “decisões ruins” relacionadas ao caso.
“Aparentemente não havia uma cultura de segurança (no poço). BP, Halliburton e Transocean precisam de uma reforma da cabeça aos pés”, disse William Reilly, copresidente da comissão montada pela Casa Branca para apurar o caso.
A explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 20 de abril, resultou na morte de 11 pessoas, no vazamento de cerca de 4 milhões de barris de petróleo e no maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
A petrolífera BP era a operadora do poço, e Halliburton e Transocean eram suas parceiras na exploração.
Neste segundo dia de audiência da comissão, Reilly disse que uma “cultura de complacência” e uma série de “decisões ruins” nas três empresas resultaram no acidente.
Ele também deu a entender que as empresas se apressaram demais para concluir a exploração do poço.
A comissão havia dito que o cimento usado para selar o poço pode ter contribuído para causar a explosão e que as companhias envolvidas tinham feito testes e notado que o cimento estava instável.
Culpa
A fala de Reilly nesta terça contrasta com as declarações, na véspera, do advogado-chefe da comissão, Fred Bartlit, que dissera não ter encontrado provas de que a BP tomou decisões arriscadas ou “sacrificou preocupações de segurança” com o objetivo de economizar dinheiro.
A comissão estatal, formada por sete pessoas, foi incumbida pelo presidente Barack Obama de investigar as causas do acidente. Suas conclusões e recomendações são esperadas para janeiro.
O correspondente da BBC em Washington Paul Adams relata que ainda é cedo para que qualquer envolvido no vazamento sinta que está livre de culpa.
Também nesta terça, o ex-executivo-chefe da BP Tony Hayward admitiu, em entrevista à BBC, que a petrolífera não estava “preparada” para lidar com o vazamento e com o “frenesi midiático” que se seguiu.
“O plano de contingência da BP era inadequado. Era feito por nós no dia a dia”, disse o executivo. “Fizemos uma engenharia extraordinária, mas (diante da imprensa) tudo parecia como um descuido e incompetência.”
Hayward, que ficou famoso por ter dito que queria sua “vida de volta” enquanto lidava com o vazamento, deixou o comando da BP em outubro.
O poço danificado foi definitivamente selado em setembro.
FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101109_vazamentobp_pai.shtml