COMERCIÁRIOS DIZEM SOFRER EXPLORAÇÃO DE TRABALHO
COMERCIÁRIOS DIZEM SOFRER EXPLORAÇÃO DE TRABALHO
Será que essa situação é vivenciada pelo trabalhador apenas nessa época, ou perdura durante o ano inteiro? eles afirmam que o problema dura por todo o ano
O clima de festividade já passou, mas a alegria das “boas festas” não chegou para todos. Em meio àscompras de fim de ano, a classe dos comerciários trabalhou bastante, por vezes até em condições subumanas. Será que essa situação é vivenciada pelo trabalhador apenas nessa época, ou perdura durante o ano inteiro?
Segundo a Secretária Geral e integrante do Conselho Diretor do Sindicato dos Comerciários, Benedita de Jesus Buáis, a realidade enfrentada por eles durante o ano é de total exploração, sem época específica. “Recebemos as mais absurdas denúncias. Na maioria das vezes basta irmos à Rua Grande e nos depararmos com a cena ali, escancarada. Os donos de lojas não se preocupam com o trabalhador, e não tem receio de punição, quando não tomam medidas superficiais, acabam fazendo suas próprias leis de trabalho, os comerciários são explorados constantemente.”
A Secretária constata que o medo é grande obstáculo na luta a favor dos direitos da categoria, que aceita passivamente todo o abuso cometido pelos patrões no intuito de não perder o emprego. Mas, com a comerciaria Adriana Silva, de 28 anos, a situação é diferente, passou a reclamar por melhorias para si e para os colegas que ainda permanecem calados. “Minha primeira reclamação foi da falta de cadeira, você sabe o que é trabalhar de 7h da manhã a 8 da noite em um caixa sem ter aonde sentar? Agora reclamo pelo meu seguro desemprego, meu patrão disse que eu que deveria pagá-lo, isso é um absurdo. Sou uma das poucas que tem coragem, meus colegas preferem aceitar, luto por mim e por eles, merecemos respeito” afirma.
Em meio à pilha de reclamações feitas, as que constam na maioria delas são: excesso da jornada de trabalho, desvio de função e hora extra com valor inferior ou não paga. Benedita Buáis afirma que as informações são encaminhadas ao Ministério do Trabalho, que alegando falta de funcionários, demora a responder em torno de três meses, resultando em acordos entre o empresariado e o sindicato, sem interferência do órgão para não deixar o funcionário esperando, e o que não assegura melhorias concretas.
“Fazemos bastante, nosso sindicato se vira como pode, atendemos a todos, recebemos as reclamações, pesquisamos, fazemos um trabalho de detetive, mas a fiscalização é precária, a demanda é muito grande” lamentou a secretária.
De acordo com o Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Maranhão, Allan Kardec Ayres Ferreira, o contingente de notas e reclamações é muito grande, e atende as mais deversas áreas, por isso a demora. “As atividades fiscalizadas durante o ano seguem uma meta estipulada,temos 49 auditores para cobrir todo o estado,que além do comércio devem solucionar problemas desde a Indústria Civil até o Trabalho Rural. A fiscalização é feita dentro de um planejamento, e as denúncias do comércio não entraram este ano nas prioridades. As medidas tomadas pelo órgão são as multas aplicadas roporcionalmente a cada infração trabalhista cometida.”
FONTE: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=68784