Chile propõe novo sistema de financiamento para universidades
Chile propõe novo sistema de financiamento para universidades
DA FRANCE PRESSE, EM SANTIAGO
O governo do Chile apresentou nesta segunda-feira um projeto que cria um novo sistema de financiamento para as universidades que retira os bancos privados do programa. O modelo era uma das principais reivindicações de milhares de estudantes que organizaram os protestos no país em 2011.
O novo sistema criará uma agência pública que fará empréstimos com taxa única de 2% de juros ao ano que, de acordo com o Ministério da Educação, atingirá 90% dos estudantes do ensino superior.
Os alunos começarão a pagar as parcelas do crédito quando começarem a trabalhar, tendo um prazo de 15 anos para terminar com a dívida.
“Em termos práticos, significa que os fundos virão do Estado e os bancos deixarão de financiar a educação superior”, afirmou o titular da pasta, Haral Beyer.
A medida termina com o chamado Crédito com Aval do Estado, feito em 2007 para facilitar o acesso da classe média às universidades, que concedia empréstimos para estudo com juros de 6% ao ano, considerada alta no país.
De acordo com as instituições financeiras, o número de inadimplentes passa de 350 mil. Cada estudante chega ao fim dos cursos com uma dívida de US$ 100 mil em média.
REIVINDICAÇÃO
A abolição do sistema foi uma das principais reivindicações dos estudantes nos protestos que duraram quatro meses no ano passado e causaram a saída de dois ministros chilenos. Com as manifestações, a popularidade do presidente Sebastián Piñera teve uma queda brusca.
A medida ainda será discutida no Congresso. As entidades estudantis mostraram ceticismo em relação ao projeto, especialmente em relação aos detalhes do sistema.
“Temos que estudar as medidas detalhadamente, mas parece ser uma reação positiva às mobilizações do ano passado”, afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidad de Chile, Gabriel Boric.