Chile cancela proposta que tira termo 'ditadura' de livros

Chile cancela proposta que tira termo ‘ditadura’ de livros

DA FRANCE PRESS, EM SANTIAGO

O governo chileno anunciou nesta sexta-feira que cancelou a proposta de mudança nos livros escolares do país que substituiria o termo “ditadura” por “regime militar” ao se referir ao período em que Augusto Pinochet ocupou o poder (1973-1990).

O governo enviará à próxima sessão do conselho uma modificação do documento. A proposição foi feita ao Conselho Nacional de Educação do país nesta semana e provocou reações de professores e da oposição.

O ministro de Educação, Harald Beyer, afirmou na noite de quinta-feira (5) que a intenção não queria causar polêmica. “A proposta nunca pretendeu desconhecer o caráter não democrático do regime militar e as violações dos Direitos Humanos que aconteceram na época”.

Na sexta, o secretário-geral de Governo Andrés Chadwick reiterou a disposição de reformular a proposta e disse que nunca houve a intenção de trazer um “tema de natureza estritamente política” à orientação curricular.

REGIME

A mudança seria realizada em livros da educação básica, para crianças entre 6 e 12 anos. A intenção inicial era buscar um termo “mais geral”. Começada a polêmica, o conselho afirmou que não percebeu a mudança de “ditadura” para “regime” e pediu a revisão para dar uma melhor “compreensão global ao processo histórico”.

O governo militar de Augusto Pinochet começou em 11 de setembro de 1973 com um golpe ao presidente socialista Salvador Allende, em um cenário de outras ditaduras na América do Sul. O general saiu do poder em 1990. Estima-se que 3.000 pessoas tenham morrido ou desaparecido no país durante os 17 anos de regime de exceção.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1030856-chile-cancela-proposta-que-tira-termo-ditadura-de-livros.shtml

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *