Centrais sindicais criticam corte 'insuficiente' na taxa de juros
Centrais sindicais criticam corte ‘insuficiente’ na taxa de juros
DE SÃO PAULO
As centrais sindicais criticaram nesta quarta-feira (7) a decisão do Banco Central de reduzir em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic. A decisão de hoje baixou a taxa de 10,5% para 9,75% ao ano.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, a Força Sindical, a Contraf-CUT e a UGT consideram a redução “insuficiente” e dizem acreditar que é preciso avaliar que o mercado de trabalho tem diminuído o ímpeto de geração de empregos, ao mesmo tempo em que a indústria tem piorado seu desempenho nos últimos meses.
“Infelizmente, o baixo crescimento do PIB, os anúncios de inadimplência, a queda da produção nacional, não foram suficientes para levar o Copom [Comitê de Política Monetária, do BC] a decidir por um corte mais expressivo da taxa, e o Brasil continua mantendo o título de campeão mundial dos juros altos, incentivando as importações e o processo de desindustrialização”, afirma em nota Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Para Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical a queda é tímida e insuficiente para aquecer o consumo. “Juros altos são sinônimos de estagnação. Insistimos que a manutenção dos juros em patamares tão altos contraria qualquer projeto que estimule a retomada do crescimento econômico. É um absurdo esta mesmice conformista dos tecnocratas do Banco Central.”
Já a central Contraf-CUT avalia como positiva a trajetória de queda da Selic, mantida com a decisão de hoje do Copom.
“No entanto, ainda falta ousadia para promover cortes mais profundos e acelerar a retomada da economia, desaquecida pelo erro do governo federal de aumentar os juros em meio à crise internacional”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.