CASARÕES ESTÃO SOB RISCO, SEGUNDO A DEFESA CIVIL
CASARÕES ESTÃO SOB RISCO, SEGUNDO A DEFESA CIVIL
Defesa Civil iniciou retirada de famílias de prédios ameaçados por conta dos riscos de desabamento com o início da época de chuvas.
Sandra Viana/ O Imparcial
Famílias que residem em casarões do Centro Histórico, que apresentam ameaça de risco, serão retiradas destes locais. A ação é parte de vistoria da Defesa Civil do município, que desde a última segunda-feira visita os imóveis e envia os laudos aos órgãos referentes para as devidas reformas. Até ontem, seis famílias haviam sido cadastradas para realocamento, cinco moravam no casarão número 375, na Rua da Palma. As visitas prosseguem hoje. Uma vez cadastradas as famílias têm 10 dias para sair do local. A elas é destinado um aluguel social que varia entre R$ 150 e R$ 300, enquanto estiverem em situação de desabrigo.
Em duas semanas a Defesa Civil terá concluído as vistorias na área do Centro Histórico e deve emitir relatório do total de famílias cadastradas e casarões em estado de risco iminente. As vistorias são acompanhadas por membros da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semcas), Polícia Civil, Polícia Militar e Conselho Tutelar. A retirada de pessoas dos imóveis em risco tem sido o principal entrave às equipes da Defesa Civil. Entre famílias inteiras, há também pessoas que se utilizam do local para consumo e tráfico de drogas, segundo o coordenador da Defesa Civil do município, Júlio César Correa. Há aqueles que se recusam a sair e, por outro lado, impedem a entrada dos agentes.
Para a prática do vício nestes casarões abandonados, os usuários pagam até R$ 10 como aluguel do local. E lá também têm acesso à droga, fornecida por traficantes que fizeram dos imóveis pontos de venda. Apesar das reclamações o coordenador avalia como positivo o andamento da ação. “Estamos conscientizando as pessoas do perigo em permanecerem ali. Se detectarmos risco imediatamente procedemos a retirada”, disse Júlio Correa.
Durante as vistorias as equipes verificam sinais de desabamento na estrutura física do prédio. A detecção de rachaduras, fissuras e problemas nos telhados estão entre os sinais mais encontrados. Os telhados, segundo o coordenador, são as partes mais problemáticas dos casarões por apresentarem deterioração mais intensa, e por vezes, tendo como única alternativa a revitalização total. Por serem compostos de material pesado — telhas antigas e vigas espessas — ao atingir grau máximo de deterioramento desabam sobre as paredes, que apesar de grossas, não suportam e sofrem ranhuras. Segundo o coordenador, se houvesse manutenção nos telhados, grande parte dos problemas dos casarões acabaria.
No laudo, a Defesa apontará os problemas, as soluções e determinará um prazo de realização das obras emergenciais. Escoramento, reposição de vigas, retirada das sobras ou totalidade de telhados, tratamento de infiltrações e instalações elétricas, entre outros, estão entre as medidas emergenciais mais comuns referentes aos casarões. O laudo referente às vistorias será enviado ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp) e Delegacia do Patrimônio Histórico.
FONTE: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=69705