CARTUM, CAIRO E LÍBIA PROMETEM RESPEITAR REFERENDO SOBRE INDEPENDÊNCIA DO SUL DO SUDÃO
CARTUM, CAIRO E LÍBIA PROMETEM RESPEITAR REFERENDO SOBRE INDEPENDÊNCIA DO SUL DO SUDÃO
O Sudão, o Egipto e a Líbia prometeram hoje respeitar o resultado do referendo de Janeiro sobre a eventual independência do Sul do primeiro daqueles países.
O Presidente egípcio Hosni Mubarak e o líbio Muammar Kadhafi estiveram mais de duas horas reunidos em Cartum com o seu homólogo Omar Hassan Al-Bashir e, também, com o dirigente regional do Sul do Sudão, Salva Kiir, a conferenciar sobre os receios de um reatar da guerra civil.
Mubarak e Kadhafi, cujos países têm longas fronteiras com o Sudão, desejavam anteriormente que este país se mantivessem unido. Mas ultimamente começaram a vergar-se à evidência de que provavelmente o resultado do referendo irá ser a proclamação da independência do Sul.
Por isso, depois da reunião de hoje foi distribuído um comunicado em que se defende “um ambiente pacífico, calmo e credível que reflicta a vontade do povo do Sudão meridional”.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, escreveu a Kadhafi, a Mubarak e a outros dirigentes daquela região africana, a sublinhar o desejo de Washington de que o referendo decorra de forma pacífica, a partir de 9 de Janeiro.
As principais formações políticas do Norte e do Sul do mais extensor dos países da África têm vindo a conferenciar desde há meses sobre o traçado da fronteira entre os dois territórios, a divisão dos rendimentos da exploração petrolífera e outros aspectos do quase inevitável divórcio.
Cada um dos lados tem acusado o outro de estar a concentrar tropas, temendo-se que durante os preparativos para a consulta popular se reacendam velhos ódios.
Cerca de 55.000 naturais do Sul que viviam no Norte encaminharam-se nas últimas semanas para a sua terra, por estrada, caminho-de-ferro, via fluvial e via aérea, anunciou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.