CARITAS APOSTA NA AUTONOMIA DAS FAMÍLIAS MAIS POBRES DE CABO VERDE
CARITAS APOSTA NA AUTONOMIA DAS FAMÍLIAS MAIS POBRES DE CABO VERDE
Cidade da Praia, 17 Nov. (Inforpress) – A Caritas de Cabo Verde reafirmou terça-feirae, na Praia, a sua firme determinação no desenvolvendo de vários projectos para autonomização de famílias pobres, de Santo Antão e Santiago.
São projectos que se concretizam em pequenas hortas escolares, nas escolas ou em casa de cada família, assim como no domínio da formação nutricional.
Neste sentido, ecorrem sessões de formação em favor de cozinheiras escolares, como adianta Marina Almeida, secretária desta agremiação social, que decorre no âmbito de educação nutricional, em parceria com o Ministério de Educação.
Nelas participam algumas escolas do concelho da Praia e, neste ano lectivo 2010/11 pela primeira vez, também com o de R. Grande de Santiago.
Tudo isto enquadra-se no projecto de autonomização de famílias pobres, de Sto. Antão e Santiago, através da promoção de pequenas hortas escolares, familiares e formação nutricional.
As sessões são extensivas a alunos, professores e toda a comunidade escolar, em geral, uma vez que estão todos envolvidos na manutenção do horto escolar.
Segundo indicações de Marina Almeida à Inforpress, esta experiencia, que foi transmitida pela Pastoral de crianças do Brasil, “mostra-nos que é possível fazer misturas de nutrientes preciosos, para meninos mal nutridos” e, para população em geral, para que “as pessoas possam alimentar-se melhor, através do que elas poderiam considerar como sendo desperdícios”.
A ideia é fazer o (re) aproveitamento de tudo que pode ser uma mais-valia para o nosso organismo, e é essa a formação que passamos em cada zona para onde a equipa de formação da Caritas se desloca.
Por isso, Almeida considera que esta é uma boa altura para estas formações porque, “depois das chuvas há muito que se aproveitar”, pois, “todos podem aprender que é possível fazer sucos naturais desses frutos, legumes como abóbora assim como de suas folhas”. Todos são incentivados a ter uma pequena horta sempre por perto, podendo deste modo mudar a sua dieta alimentar, conclui.
“Ao invés de se estar a distribuir ‘ferro’ nas escolas, têm-no nos produtos hortícolas no seu pátio ou no seu próprio quintal ”, disse, comparando este método, que junta o útil ao agradável e que é muito mais simples, rentável e totalmente natural.
Para isso, todas as famílias das zonas contempladas pelo projecto e quiserem construir suas hortas, a Caritas “ajuda com a introdução do sistema de rega gota-a-gota ou mesmo com a construção de pequenas caixas, aproveitamento de utensílios velhos, recuperáveis, para plantação e sementeiras de pequenas quantidades de hortaliças, legumes ou frutos essenciais para sua dieta diária,” remata Marina Almeida.
O projecto de construção de pequenas hortas, assim como a formação, beneficia anualmente cerca de 300 famílias e milhares de crianças, dado que também é dirigido as escolas como o EBI Safende, Achada Mato ou Várzea, onde ainda em 2009 houve uma super-produção de couves, por exemplo.
“É preciso inventar novas formas de ver, fazer e cuidar do nosso mundo, e que este sonho pode dar certo para o bem das nossas famílias que assim garantem a sua boa alimentação”, independentemente do resultado das colheitas ou de terem ou não recurso para adquirir os bens básicos” para que no dia em que a caritas já não esteja no terreno, possam se encarregar de si próprios”, refere, comovida, Marina Almeida.
De referir ainda que essas acções incorporam também um programa de formação e informação sobre o ambiente, de modo a consciencializar cada um do seu dever de proteger o ambiente, conclui. AJT
Inforpress/ Fim