Camponeses tomam ruas de Assunção em protesto por reforma agrária
Camponeses tomam ruas de Assunção em protesto por reforma agrária
Milhares de camponeses paraguaios concentrados nesta cidade desde ontem marcharam nesta quinta-feira (29) pelas principais ruas de Assunção, capital do país, e concentraram-se em frente ao Palácio Legislativo exigindo medidas contra o latifúndio e uma reforma agrária.
Homens, mulheres e crianças que vieram das diferentes regiões do país carregando cartazes e faixas com suas demandas, entre as quais estão a petição de um seguro agrícola que lhes ajude a enfrentar os danos causados às suas colheitas pela seca do último trimestre.
“O povo unido jamais será vencido”, “Reforma Agrária já” e “O anti-imperialismo percorre a América Latina”, foram palavras-de-ordem repetidas nos idiomas espanhol e guarani, durante o trajeto e também no ato efetuado na praça da Independência, em frente ao Congresso da Nação.
A manifestação foi organizada pela Federação Nacional Camponesa (FNC) e chamada Marcha do Camponês Pobre, à frente da qual se colocou a secretária geral da FNC, Teodolinda Villalba.
Em declarações à Prensa Latina, Teodolinda referiu-se a difícil situação confrontada pelo campesinato paraguaio e assinalou que a marcha de hoje tem como objetivo impulsionar a luta pela reforma agrária, pelo seguro agrícola e pelo desenvolvimento nacional do país.
Não há terra para os camponeses mas sim para os latifundistas, acrescentou, o que é um obstáculo grande para que a economia do país avance, se desenvolva e as famílias agrícolas possam sobreviver.
Destacou as diferentes regiões da nação que foram ponto de partida das colunas camponesas que chegaram a esta capital e condenou o crescimento atingido pelo latifúndio como algo nocivo para todos os paraguaios.
Por sua vez, Marcial Gómez, secretário geral adjunto da Federação, afirmou que 40 por cento dos paraguaios vive hoje na pobreza ou extrema pobreza, motivo pelo qual é imprescindível o avanço na produção agrícola e agroindustrial, para o qual se precisa partir de uma reforma agrária.
No ato estiveram presentes delegações do Partido Comunista Argentino e dos paraguaios que vivem em outras nações que se solidarizaram com as demandas dos lavradores em luta.
Fonte: Prensa Latina
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=179482&id_secao=9