BRASIL INVESTE US$ 53 MI EM SAÚDE NO HAITI

BRASIL INVESTE US$ 53 MI EM SAÚDE NO HAITI

Projeto com PNUD e governo cubano prevê reforma de unidades destruídas pelo terremoto de 2010 e treinamento de técnicos da área

ADRIANA CHAVES
especial para a PrimaPagina

Um projeto do governo brasileiro e do PNUD deve investir US$ 53 milhões para recuperar e incrementar o sistema de saúde do Haiti. As medidas incluem reforma de centros destruídos pelo terremoto de janeiro de 2010, compra de 30 ambulâncias e formação de técnicos especializados em portadores de deficiência.

 

A estratégia também prevê a construção de quatro postos mistos de atendimento, uma adaptação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) brasileiras. No caso do Haiti, elas não atuarão apenas em urgências e emergências, mas também em procedimentos de média complexidade e cirurgias – serão como mini-hospitais, inclusive com dormitórios para técnicos de saúde haitianos.

 

A previsão inicial é atender 1 milhão de pessoas, segundo estimativa do coordenador do projeto, Carlos Felipe Almeida D’Oliveira, assessor de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde brasileiro.

 

A iniciativa projeto faz parte de uma série de compromissos firmados no ano passado entre o PNUD e o ministério para fortalecer a saúde pública e o sistema de vigilância epidemiológica no Haiti. O programa entrou em vigor em janeiro deste ano e, a partir de março, já deve contar com equipes executando o cronograma de atividades. Por enquanto estão sendo definidas especificações técnicas e fechadas novas parcerias.

 

Além do governo brasileiro — responsável pelos recursos financeiros e pela transferência de tecnologia —, a ação também inclui Cuba, que designou médicos para capacitação de mão de obra, sobretudo especialistas em próteses, órteses e enfermagem. A cooperação trilateral se justifica: a Brigada Médica Cubana atua há dez anos no Haiti e conta com cerca de 700 especialistas e técnicos de saúde. Por volta de 350 estudantes e médicos haitianos formados pela Escola Latinoamericana de Medicina de Cuba (ELAM) trabalham no país.

 

Como o programa terá dois anos de duração – termina em dezembro de 2012 –, a formação de agentes de saúde e o fortalecimento da gestão das unidades mistas são essenciais, avalia o oficial do projeto no PNUD Joaquim Roberto Fernandes. “É preciso formar gente para atuar lá. Há escassez de recursos humanos qualificados.”

 

Os postos de saúde que sofreram abalos ou foram destruídos no terremoto serão reformadas. “Ainda não se tem ideia de quantas unidades foram prejudicadas, portanto, nosso limite para recuperação será o orçamento”, diz Fernandes. As unidades mistas de atendimento serão mantidas pelo PNUD, que, ao final do acordo, vai transferir a administração para os haitianos. “É preciso ensiná-los a gerir, para dar sustentabilidade ao projeto”, afirma Fernandes.

 

O programa prevê ainda a instalação de uma rede de frio, composta por equipamentos — freezers horizontais e freezers adaptados para veículos — usados em campanhas de vacinação. O projeto viabilizará apenas a aquisição, instalação e manutenção da rede. Todas as ações foram aprovadas pelo Comitê Interino de Reconstrução do Haiti, pela ONU e pelo governo haitiano.

 

FONTE: http://www.pnud.org.br/administracao/reportagens/index.php?id01=3670&lay=apu

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