Bancários fazem assembleia para votar por greve no dia 18. No Pará, cresce adesão à paralisação
Bancários fazem assembleia para votar por greve no dia 18. No Pará, cresce adesão à paralisação
Nesta quarta-feira (12), bancários de todo o país realizam assembleias para votar deflagração de greve para o dia 18 de setembro. A categoria enfrenta o impasse nas negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que manteve a proposta de 6% – além de reposição da inflação, implica num aumento real de 0,58%. Os bancários reivindicam 10,25%.
Já foram quatro rodadas de negociação, entretanto a Fenaban mantém a proposta rebaixada.
O MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), que integra a CSP-Conlutas, defenderá em assembleias nesse período, até o dia 18, que ocorram paralisações parciais para a preparação da greve. Além disso, que seja votada uma paralisação de 24 horas ou retardamento de entrada até as 12 horas no dia 13 de setembro, e greve por tempo indeterminado a partir do dia 18.
A pauta nacional dos bancários além do reajuste, reivindica também PLR e piso de R$ 2,4 mil.
Além das claúsulas econômicas, o MNOB defenderá como prioridade na campanha salarial a luta pela jornada de seis horas sem redução salarial, isonomia para todos (mesmo direitos para antigos, novos e bancários de bancos incorporados, reposição das perdas salariais e ratificação da convenção 158 da OIT (que proíbe a demissão imotivada).
No Pará, patronal mantém intransigência e cresce adesão à greve no Banpará – Nesta terça-feira (11) houve mais uma rodada de negociação com os funcionários do Banpará em greve desde o dia 4. Entretanto, a postura do Banco se mantém intransigente. No dia 11 o banco conseguiu um interdito proibitório que proíbe os funcionários ficarem na porta do prédio da direção do banco convencendo os colegas a aderirem ao movimento.
Segundo a AFEBEPA (Associação dos Funcionários do Banpará), na audiência de ontem com a Justiça do Trabalho, o pedido da desembargadora vice-presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) foi para que o banco apresentasse proposta concreta considerando três itens econômicos: equiparação do piso ao piso do Dieese, uma promoção a mais, por merecimento na data base, além da que ocorrerá em janeiro, essa por antiguidade, e o reajuste de todas as comissões.
“O Banco simplesmente ignorou o pedido da desembargadora, a força de seus funcionários em greve há oito dias e as tentativas e proposições incansáveis das entidades. O que o Banco apresentou é vergonhoso”, informa a AFEBEPA, em nota publicada em seu site.
O banco apresentou como proposta:
1) Seguir a mesa da Fenaban em todas as cláusulas econômicas e continuar negociando apenas as cláusulas sociais.
2) Manter na íntegra todas as conquistas do ACT 2011/2012, exceto o índice de reajuste e a PLR;
3) Na PLR adicional, garantir apenas os 2% da Convenção da Fenaban, sem o acréscimo de 2% que é praticado no ACT do Banpará; ou seja, não mais seria concedido os 4% na PLR adicional, mas apenas os 2%. Também não mais seria concedido o tíquete extra;
4) Antecipar 54% da PLR na próxima segunda-feira;
5) Antecipar na Fopag de setembro, 6% de reajuste, o que a Fenaban ofereceu e já foi rejeitado pela Contraf em mesa de negociação;
6) Acrescer 5 dias na licença prêmio dos funcionários concursados a partir de 1994 e os que já haviam completado 30 anos de Banco e já tinham perdido o direito.
Nem a AFBEPA, nem as demais entidades consideraram a menor possibilidade de acatar e defender tal contraproposta. Para a AFBEPA, a proposta acima é um retrocesso e ninguém entra em uma greve forte como essa para perder conquistas.
Com informações da Contraf, AFBEPA e MNOB