BALOI ESCLARECE AS CAUSAS DA TENSÃO ENTRE MOÇAMBIQUE E MALAWI
BALOI ESCLARECE AS CAUSAS DA TENSÃO ENTRE MOÇAMBIQUE E MALAWI
Oldemiro Baloi culpou o Malawi ontem, no parlamento, pela quebra de relações entre os dois países. Segundo Baloi, mais de três vezes, o Malawi navegou o rio Zambeze à revelia da congénere moçambicana.
A questão da tensão entre Malawi e Moçambique, no âmbito do projecto de navegação dos rios Chire e Zambeze, assinado entre Moçambique, Malawi e Zâmbia, em Abril de 2007, foi ontem esclarecida em plenário da Assembleia da República a pedido da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O Executivo moçambicano dirigiu-se ontem ao parlamento para responder a 15 perguntas formuladas pelos deputados das três bancadas da Assembleia da República. Das questões apresentadas, destaque para o “caso Moçambique-Malawi”, as razões da preferência da empresa belga Semlex para a produção dos BI, passaportes, certidões e DIRE; o plano para a garantia da segurança alimentar, o plano para a electrificação rural e o contributo dos mega-projectos nos fundos do Estado.
Sobre a tensão Moçambique- Malawi, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, atribuiu a culpa ao Malawi por, alegadamente, ter tantado por três vezes navegar os rios à revelia da parte moçambicana.
Causas da tensão
Falando das causas do mal-estar diplomático que se instalou entre Moçambique e Malawi, Oldemiro Baloi afirmou que, enquanto se observam as formalidades, o Malawi não soube esperar. E, eis que ano passado, uma embarcação, tipo batelão, pertencente à empresa ETC Marine Lda, de pavilhão queniano, foi apreendida no rio Zambeze, na região de Morrumbala, quando navegava em direcção ao Porto de Nsanje, Malawi, sem a devida autorização das autoridades moçambicanas.
Já este ano, a 28 de Setembro de 2010, uma embarcação denominada IMBI da empresa ETC Marine Lda foi descoberta a navegar no rio Zambeze e apreendida, pela polícia moçambicana, em Marromeu. Nela, viajavam dois quenianos, cujos vistos se tinham expirados havia 119 e 92 dias, respectivamente.
O cúmulo foi quando, no dia 22 do mês passado, outra embarcação foi interceptada pela PRM na região de Pinda, em direcção a Malawi. A mesma transportava quatro ocupantes, incluindo o adido de Defesa da Missão Diplomática do Malawi em Moçambique, que saiu de Maputo sem a devida comunicação ao Ministério da Defesa Nacional, violando o procedimento normal.
Com esses factos, Oldemiro Baloi tentou provar aos deputados e, em particular à bancada do MDM, que a responsabilidade do mau clima instalado entre os dois países cabe ao Malawi e não a Moçambique.
Com esses argumentos, Baloi disse ser conveniente “deixarmos a poeira assentar-se ao chão, donde nunca deveria ter saído”, pois estas relações azedas entre países vizinhos em nada ajudam o futuro do projecto nem dos países.