AVANÇO DO CALAZAR PREOCUPA AS AUTORIDADES

AVANÇO DO CALAZAR PREOCUPA AS AUTORIDADES

Autoridades sanitárias e médicos infectologistas estão preocupados com um possível surto de Leishmaniose visceral (calazar) em São Luís. A doença já causou a internação de mais de 60% dos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Materno Infantil. Vinte e dois casos da doença já foram confirmados. Quatro pessoas já morreram este ano vítimas de calazar, todas da zona rural – três tinham menos de 1 ano e uma tinha 28 anos.

Os dados fornecidos pelo professor e infectologista do departamento de patologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Antônio Rafael da Silva, apontam que a falta de métodos para diagnosticar a doença aliada ao início tardio do tratamento são os principais fatores responsáveis pelo aumento de casos na região metropolitana da capital. “Esse é um dos maiores índices de letalidade já registrados nos últimos anos em São Luís. É um número cinco vezes maior do que o índice aceitável”, afirmou o infectologista.

O fato de ser uma doença que está associada diretamente a aspectos socioeconômicos da população da capital, também é um dos pontos destacados pelo professor como preponderante no aumento de casos na Ilha de São Luís, que compreende os municípios de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar. “Uma prova dessa relação direta com a situação e modo de vida da população com o crescente aumento da doença é que não temos um único registro de calazar na região central da capital, todos são originários da zona rural de São Luís”, enfatizou Rafael da Silva.

Nos últimos três anos, frisou o professor, foram registrados aproximadamente 200 casos de Leishmaniose visceral na capital e a desorganização do poder público e a comunidade é apontada por ele como outro motivo para a incidência da doença.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), por exemplo, deveria atuar, segundo seu entendimento, como um dos principais mecanismos para se evitar a doença. O infectologista pediátrico do setor de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) do Hospital Universitário Materno Infantil, Leônidas Lopes Braga Júnior, também ressaltou o grande número de internações na UTI daquela unidade em virtude dos casos de calazar. Cerca de 60% das internações é em sua decorrência da doença. “O calazar é uma doença que requer um diagnóstico precoce para um início rápido de tratamento e, infelizmente, o que tem havido muito é a constatação da doença muito tarde,” explicou Braga Júnior.

A dona-de-casa Maria da Conceição Silva Raposo está com seu filho de 5 anos internado no Hospital Materno Infantil há 8 dias. Ela é natural de Cantanhede e disse que logo nos primeiros sintomas da doença procurou atendimento médico na cidade, sendo, em seguida, trazido à capital. Segundo o infectologista do DIP, as crianças estão entre o maior grupo de risco, por terem menor resistência.

Fonte: O Estado do MA

FONTE: http://www.portaldomaranhao.com.br/2007/?pg=ler&id=22302

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