Atos e homenagens marcaram o sábado (28) do 1º Congresso da CSP-Conlutas

Atos e homenagens marcaram o sábado (28) do 1º Congresso da CSP-Conlutas

O segundo dia do 1º Congresso da CSP-Conlutas foi marcado por atos e homenagens à classe trabalhadora. Tanto os trabalhadores vitimados pela exploração extrema de sua força trabalho pelo capitalismo quanto aqueles que lutaram contra o regime militar brasileiro foram lembrados em atividades realizadas neste sábado (28).

Na parte da manhã, um minuto de silêncio deu início ao ato para marcar o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. 

“Companheiros que foram mortos e acidentados no trabalho”, chamou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.  

“Presente”, responderam em coro os participantes do congresso, que lotaram o plenário.

Mancha lembrou que a data é comemorada em todo o mundo, e que o ato não era só para lembrar os mortos, mas também para denunciar o problema e fortalecer a luta para que mortes e acidentes relacionados ao trabalho não aconteçam mais.
 
Na mesa do ato, Jordano Carvalho, da coordenação de saúde da Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, lembrou as recentes mortes de metalúrgicos e de trabalhadores da construção civil e resumiu a realidade do trabalho em Brasil e no mundo como um verdadeiro assassinato nos locais de trabalho. “O trabalho é um meio de vida e não pode ser um meio de morte para o trabalhador”, disse.

O papel do governo federal a serviço dos patrões também foi ressaltado, com a denuncia de que governo não toma nenhuma medida para prevenir e preservar a saúde dos trabalhadores, porque isso geraria custos para os patrões. Ao contrário, busca regulamentar a cessação do auxílio doença, conhecida como “Alta Programada”, também incentivar a terceirização.

O combate aos acidentes e doenças relacionados ao trabalho, segundo Mancha, foi assumido pelo conjunto de entidades que fazem parte da CSP-Conlutas. É preciso, entretanto, ir além. “É necessário todos encampem com força essa bandeira, para que daqui a um ano possamos estar comemorando a redução desses números”, concluiu. 

A luta contra a ditadura militar e o resgate histórico da participação do movimento sindical e popular na resistência ao regime foram tema do seminário realizado na parte da noite, após o término dos grupos de trabalho. 

Com o título ‘Ditadura Militar, anistia política e direito de organização de base”, o ato público reuniu centenas de participantes do congresso.

Ao invés de reverenciar uma ou duas personalidades, a mesa do ato foi composta por diversos militantes perseguidos pelo regime militar, que representaram o coletivo da classe trabalhadora, num resgate ao seu protagonismo na luta contra a ditadura. 

 “Na recuperação da memória da luta contra a ditadura, muito se fala da luta armada, da resistência cultural, do movimento estudantil, mas pouco ou quase nada do movimento sindical ou popular”, afirmou o ex-presidente do Movimento de Oposição Sindical dos Metalúrgicos de São Paulo (MOMSP), Sebastião Neto. Ele tem papel destacado na investigação histórica e conscientização das novas gerações sobre o período da ditadura e a resistência operária. 

“Dos mais de 9500 pedidos de anistia que tínhamos na Comissão de Anistia, mais de três mil eram de trabalhadores filiados a sindicatos, porque a primeira vítima da ditadura foram os trabalhadores”, atestou ao público, Egmar Santos, vice-presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Os fatos apresentados na mesa são, em grande parte, desconhecidos até pela própria classe trabalhadora. “É muito importante aprender com a história. Mas, para isso, temos primeiro que conhecer essa história”, destacou Zé Maria, preso e torturado durante a ditadura. 

O dirigente da CSP-Conlutas afirmou ainda que “a luta pela punição aos crimes da ditadura não é secundária, mas complementar à luta da classe trabalhadora, na medida em que politiza nossas lutas cotidianas”.
 
Com informações da CSP-Conlutas e Diego Cruz

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