ATIVISTAS AFIRMAM QUE POLÍTICA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA AVANÇOU POUCO NOS ÚLTIMOS ANOS

ATIVISTAS AFIRMAM QUE POLÍTICA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA AVANÇOU POUCO NOS ÚLTIMOS ANOS

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ativistas do movimento negro afirmam que os problemas de saúde envolvendo a população negra estão longe de serem resolvidos. No Dia da Consciência Negra, eles reclamam que a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra caminhou pouco nos últimos anos.

Em maio do ano passado, o Ministério da Saúde publicou uma portaria oficializando a  instituição da política, que já havia sido aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde quatro anos antes.

O principal objetivo da política é evitar o racismo e a desigualdade racial na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Estão previstas também ações para reduzir os índices de mortalidade infantil e as doenças prevalentes entre os negros, como a anemia falciforme, aids, tuberculose, hanseníase, o câncer de útero e mama e os transtornos mentais. Outra meta prevê ampliar o atendimento à população que vive no campo, nas florestas e nas comunidades quilombolas.

Para a coordenadora da organização não governamental Criola, Jurema Werneck, a política ainda não surtiu efeito na melhoria da saúde dos negros. A ativista reclama que muitas metas de curto prazo permanecem pendentes, como a capacitação específica de 16 mil médicos, e que os relatórios de acompanhamento apresentados pelo governo federal são “imprecisos e genéricos”.

“Alguns gestores acham que é uma política a mais, que irá sobrecarregar. Temos feito questionamentos e os gestores têm reagido, mas não da maneira que esperamos. Não vamos abrir mão desse direito”, afirmou Jurema, que também integra o Conselho Nacional de Saúde.

A 1ª secretária do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Suelaine Carneiro, aponta a falta de cuidado da maioria dos profissionais de saúde na hora do atendimento. “Muitos preenchem o formulário sem sequer perguntar ao paciente como ele se reconhece [quanto à cor]”, disse.

A diretora do Departamento de Apoio à Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Ana Maria Costa, admite que os resultados da política só deverão ser percebidos e mensurados nas próximas décadas. “Não conseguiremos medir ano a ano, talvez em décadas”, justifica.

Ana Maria reconhece que a implantação da política não ocorre na mesma velocidade entre os estados. Das 27 unidades da federação, 18 têm comitês técnicos para cuidar da saúde da população negra, entre eles, a Bahia, Pernambuco e São Paulo, segundo a diretora.

De acordo com dados do ministério, 1.677 profissionais foram treinados, de 2008 a setembro deste ano, para promover a equidade na rede pública por meio do Programa Mais Saúde, superando a meta estabelecida em 1.248 gestores e técnicos para o período.

Edição: Lílian Beraldo

FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasnoticias;jsessionid=BC630C1D8EBD987F21D5554E2735002E?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1105790

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