Após resolução, França pede mais pressão internacional contra a Síria
Após resolução, França pede mais pressão internacional contra a Síria
A França pediu nesta sexta-feira que os países aumentem a pressão sobre a Síria “para que cesse a repressão e para instaurar uma transição democrática no país”, após o Conselho de Direitos Humanos da ONUaprovar uma resolução condenando o regime do ditador Bashar Assad pela repressão às manifestações populares no país.
O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, pediu mais agilidade à comunidade internacional, ao afirmar que a aprovação do documento da ONU “condena sem ambiguidade a repressão na Síria, que causou mais de 4.000 mortes em oito meses, e o conjunto de violações dos direitos humanos perpetrados pelo regime” de Assad.
Por meio de um comunicado, o chefe da diplomacia francesa destacou que a resolução das Nações Unidas foi adotada “com uma ampla maioria” de 37 países, com rejeição de quatro e abstenção de seis, e chamou atenção para a “gravidade da situação”.
A resolução aprovada nesta sexta se baseia em um informe da comissão internacional de investigação, apresentada na segunda-feira passada, que “estima que a amplitude da repressão na Síria é tal que constitui um crime contra a humanidade”, acrescenta a declaração de Juppé.
O texto, lembra o ministro, exorta as autoridades sírias a garantir “sem demora o acesso dos atores humanitários para ajudar a população”, em sintonia com os esforços da Liga Árabe.
OPOSIÇÃO
A França está adotando medidas para proteger opositores do governo sírio em seu território depois que o principal grupo, o Conselho Nacional Sírio –cujo líder, Burhan Ghalioun, está em Paris–, recebeu ameaças, disse o ministro francês do Interior, Claude Guéant, nesta sexta-feira.
O país europeu havia dito anteriormente que não vai tolerar que a Síria intimide ativistas da oposição em solo francês e iria aumentar a presença policial em futuras manifestações, depois que houve confrontos entre grupos pró e contra o ditador Bashar Assad durante o verão.
Diplomatas sírios em capitais estrangeiras estão promovendo campanhas de intimidação contra dissidentes exilados que protestam diante de embaixadas da Síria, segundo a Anistia Internacional.
“Temos de proteger todos aqueles que possam ser ameaçados. Nós sabemos que o governo sírio é violento e não vai hesitar em recorrer a ameaças, especialmente contra aqueles que poderiam ser chamados a ter um papel no novo movimento democrático sírio”, disse Guéant a repórteres, depois de se reunir com o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, e a secretária norte-americana de Segurança, Janet Napolitano.