Após protesto, grupo de comerciantes se reúne com a Ceagesp
Após protesto, grupo de comerciantes se reúne com a Ceagesp
DE SÃO PAULO
Um grupo de sete representantes dos comerciantes da Ceagesp deve se reunir com representantes da companhia na tarde desta quarta-feira para discutir o novo sistema de controle do estacionamento e da segurança do local.
A Ceagesp está aberta, mas, segundo Carlos Eduardo Haiek, presidente da Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo), o comércio e o descarregamento de mercadorias estão interrompidos devido à paralisação dos permissionários, que protestam desde o início da manhã.
Os comerciantes são contrários ao novo sistema de controle do estacionamento que que deverá cobrar R$ 4 por hora para utilitários e pequenos caminhões. Veículos de carga maiores pagarão R$ 5. O valor pela permanência por até dez horas chega a R$ 60.
Os manifestantes querem garantias de que produtores e compradores de alimentos não tenham que pagar ficara com seus caminhões ali por até quatro horas.
A avenida Gastão Vidigal chegou a ser totalmente interditada, nos dois sentidos, durante o protesto dos comerciantes, que começou por volta das 6h30. A pista sentido marginal Tietê e uma das faixas da pista sentido marginal Pinheiros já foram liberadas, mas duas faixas permaneciam fechadas às 12h40.
EDITAL
A Ceagesp já elaborou um edital de contratação de uma empresa para gerir o novo sistema, que terá 299 câmeras e portarias automatizadas. O valor do contrato é estimado em R$ 147,6 milhões.
Para Celso Itiki, comerciante da Ceagesp, o novo sistema é necessário devido a crimes e ao abuso de caminhoneiros. “Tem caminhão sem frete que fica esperando o dia inteiro para ver se consegue uma carga.”
Ele, porém, diz que produtores e compradores não devem ser cobrados.
A Ceagesp afirma que um sistema eficiente de segurança para o estacionamento é uma exigência do Ministério Público por causa das denúncias de prostituição de adolescentes na área do entreposto.
No edital, a companhia reconhece os problemas: “Frequentemente são detectadas situações criminosas, tais como furtos, roubos, brigas, prostituição, contrabando etc.”.
O entreposto tem cerca de 1.200 comerciantes. Segundo Itiki, o objetivo do protesto é incluir no edital a isenção que reivindicam, para que ela fique garantida. De acordo com ele, a Ceagesp diz que a demanda poderá ser negociada.
A companhia afirma que não irá mudar o edital agora e confirma que haverá negociações.