ALTERNATIVAS DE MOVIMENTOS SOCIAIS À QUESTÃO AGRÁRIA SÃO DESTAQUE EM MESA-REDONDA
ALTERNATIVAS DE MOVIMENTOS SOCIAIS À QUESTÃO AGRÁRIA SÃO DESTAQUE EM MESA-REDONDA
Na manhã desta quarta-feira, aconteceu a mesa-redonda“Questão agrária no Brasil e no Maranhão: as políticas do Estado e as lutas sociais do campo”, que faz parte da programação do I Encontro de Estudos e Pesquisas sobre Questão Agrária e Educação do Campo no Maranhão, promovido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Política, História e Cultura do Campo (NEPHECC) da Universidade Federal do Maranhão e sediado no auditório novo do Centro de Ciências Humanas.
Comporam a mesa Ildo Lopes, representante da Associação em Áreas de Assentamento do Estado do Maranhão (ASSEMA); Maria Divina Lopes, representante do Movimento Sem-Terra; Benjamim Mesquita e José de Ribamar Sá Silva, professores do Departamento de Economia e participantes do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas.
Entre os problemas sobre questão agrária que foram discutidos tanto a nível nacional quanto a nível estadual, estão: o agravamento da concentração fundiária, o avanço das monoculturas e a redução da produção de alimentos básicos. Segundo o Profº. José de Ribamar Sá Silva, os movimentos sociais têm apresentado alternativas para a crise de produção de alimentos e para melhoria da qualidade de vida no campo.
A atividade econômica gerada pela Organização das Quebradeiras de Coco da região do Médio Mearim, sediada no município de Lago do Junco, é um exemplo de alternativa promovida pelos movimentos sociais. Através desta associação, a comunidade daquele lugar pode ter acesso à coleta de babaçu para fabricação de sabonete e exportação do babaçu como matéria-prima para indústrias de cosméticos dos Estados Unidos e Inglaterra.
“Esta iniciativa revela-se importante porque gera renda para a população nativa, contribuindo para a diminuição do êxodo rural, o que, por sua vez, faz com que outros problemas sejam evitados”, declara Silva.
Outro exemplo é o Movimento da Educação por Alternância, no qual a educação dos alunos, por não ser promovida pelo Estado em determinados lugares, fica a cargo da comunidade. Normalmente, a parceria do Estado é bem-vinda, mas ele não pode intervir na gestão escolar.
Esse movimento possui alcance internacional, atingindo mais de 40 países. No Maranhão, há 42 Centros Familiares de Formação por Alternância, sendo que 18 são casas familiares rurais e 24 são escolas familiares agrícolas.
O I Encontro de Estudos e Pesquisas sobre Questão Agrária e Educação do Campo no Maranhão apresenta como tema “Movimentos Sociais, questão agrária e educação do campo na contemporaneidade” e acontece até a próxima sexta-feira, 19 de novembro.
Para mais informações, acessar www.nephecc.ufma.br.
Revisão de texto: Késia Andrade