Alemanha resiste a ampliar fundos anticrise da UE

Alemanha resiste a ampliar fundos anticrise da UE

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O bloco europeu e a sua maior economia correm em campos opostos quando o assunto é o reforço dos fundos ‘anticrise’, os principais instrumentos utilizados até agora pela UE para impedir que a situação econômica do Velho Continente deteriore ainda mais. A matéria deve ser definida numa reunião de cúpula prevista para o início de março entre as lideranças da região.

Desde 2010, os países europeus têm lançado mão de fundos em caráter emergencial, que emprestam recursos para os países em pior situação financeira, de modo a evitar um calote generalizado, o que seria fatal não somente para as economias dessas nações, mas também para o setor bancário europeu, abarrotado de títulos de dívida nacionais.

Como parte das negociações para combater a crise feitas no segundo semestre de 2011, o bloco europeu concordou em criar um fundo anticrise permanente, já apelidado por alguns de “Fundo Monetário Europeu” (em referência ao FMI), previsto para operar ainda no segundo semestre deste ano.

Mas a Alemanha, maior patrocinadora dessas iniciativas, resiste à ideia, bastante popular no bloco europeu, de manter os dois fundos “anticrise”, o atual (de caráter temporário) e o permanente (o “Fundo Monetário Europeu”) em funcionamento.

Essa ideia foi defendida de forma explícita pela Comissão Europeia, um dos principais organismos da UE.

“O dever da Comissão é falar a verdade tal como a vemos, e nós consideramos que [uma combinação dos fundos] é essencial para superar a crise e retomar a recuperação e o crescimento [econômico]”, disse hoje o comissário de Assuntos Monetários, Olli Rehn, à agência Reuters.

O FMI, a China, o Japão e os EUA, além de boa parte dos países do Velho Continente, pressionam o bloco europeu para que incremente os esforços para combater a crise das dívidas soberanas e evite o pior.

“Nós estamos prontos a combinar os recursos dos dois fundos a nossa disposição de que modo que tenhamos um ‘poder de fogo’ de € 750 bilhões. Vamos ver o que podemos concluir até março”, disse o ministro de Finanças holandês, Jan Kees De Jager, ao jornal francês “Le Monde”.

A Alemanha tem se mantido firme em sua posição original.

“A posição do governo alemão não mudou -quero dizer, isso não é necessário”, declarou ontem o porta-voz do gabinete de Angela Merkel, Steffen Seibert, em referência ao assunto.

“O que nós concordamos com nossos colegas [em dezembro] foi que em março haveria uma avaliação do tamanho [do fundo anticrise de caráter permanente]”, ele acrescentou.

A França, uma das principais aliadas da Alemanha na articulação das políticas de combate à crise, também seria favorável a um grande incremento desses fundos de resgate financeiro.

Fontes diplomáticas afirmam que Paris, no entanto, apoiam a posição alemão para evitar o virtual isolamento de Merkel nessa matéria.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1052437-alemanha-resiste-a-ampliar-fundos-anticrise-da-ue.shtml

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