Alemanha defende proposta 'conservadora' para fundos europeus
Alemanha defende proposta ‘conservadora’ para fundos europeus
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um dia antes da reunião decisiva do bloco europeu, a Alemanha (economia mais forte da UE) defendeu a posição mais conservadora entre seus pares a respeito da ampliação dos fundos de resgate financeiro, um dos instrumentos mais importantes para enfrentar a crise atual.
Esses fundos funcionam como “firewalls” ou “muros de proteção” para as nações do Velho Continente em pior situação financeira, a exemplo de Grécia e Portugal.
Às voltas com rombos em suas contas públicas, e enfrentando o descrédito dos mercados para conseguirem financiamento, esses países ficaram perigosamente próximos de afundar em “defaults” (calotes), um cenário considerado catastrófico para a economia da região por muitos especialistas.
A Europa já dispõe de um fundo de resgate (orçado em mais de € 200 bilhões –cerca de US$ 260 bilhões) e que deve ser extinto na virada do primeiro para o segundo semestre, sendo substituído por um fundo de caráter permanente (com capacidade de financiar € 500 bilhões).
Devido à atual condição da crise europeia, vários países e organismos da UE defendem que esses fundos sejam reforçados -um “firewall” mais poderoso ajudaria a acalmar os mercados e, por consequência, os países a conseguirem condições melhores de financiamento na praça.
A reunião de amanhã entre os ministros de Finanças da UE vai definir como vai ocorrer esse reforço.
A Alemanha, maior contribuinte desses fundos, relutava em apoiar uma das primeiras propostas nesse sentido: manter o fundo temporário e somar seu “poder de fogo” ao fundo permanente, criando um “firewall” da ordem de € 700 bilhões.
Na segunda-feira, a chanceler alemã Angela Merkel recuou dessa posição e passou a considerar positivamente o funcionamento simultâneo de ambos os fundos (o temporário e o permanente).
Essa proposta também foi defendida hoje pelo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, no Bundestag (o parlamento alemão), que chamou a ampliação dos fundos de resgate como um “novo pilar para a superação da crise de confiança [dos mercados nas finanças dos países europeus]”.
Mas essa posição já ficou no espectro mais conservador das alternativas à mesa.
Algumas autoridades econômicas e representantes de organismos internacionais já defendem que o “firewall” supere a casa do € 1 trilhão, a exemplo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), em nota divulgada ontem.
A proposta (de € 1 trilhão) também é defendida pelos “habituais” aliados dos alemães no front econômico.
“Queremos que [o fundo de resgate] seja o mais elevado possível”, declarou hoje o ministro francês da Economia, François Baroin.