70% DE TRIZIDELA ESTÁ SUBMERSA. E VAI PIORAR
70% DE TRIZIDELA ESTÁ SUBMERSA. E VAI PIORAR
A defesa civil municipal de Trizidela do Vale já registrou 6.372 pessoas de áreas próximas ao Rio Mearim. 70% da cidade já está debaixo d´água. O quadro é preocupante.
Carolina Mello
A Defesa Civil municipal de Trizidela do Vale (a 279 quilômetros de São Luís) já retirou 6.372 pessoas de áreas próximas ao rio Mearim. Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal de Trizidela, Antônio de Sousa, quase 70% da cidade já está debaixo d’água. O quadro é preocupante, uma vez que de acordo com o Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos, ligado à Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o período chuvoso mal começou. Em Imperatriz (a 530 quilômetros da capital maranhense), a Defesa Civil Municipal já havia retirado mais de 15 famílias nas proximidades do rio Tocantins na tarde de ontem. A meta era realocar 40 famílias até o final do dia. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal de Imperatriz, Francisco das Chagas Silva, muitas famílias ainda resistem em sair de casa.
A Defesa Civil de Trizidela começou a realocar famílias das áreas ribeirinhas na madrugada do último dia 28. Antônio de Sousa disse que a população afetada está sendo levada para alojamentos e imóveis alugados através do auxílio moradia, também conhecido como aluguel social, pago pela prefeitura. Parte dos afetados está se abrigando em casas de vizinhos ou parentes. Até agora, a prefeitura tem fornecido a alimentação para as famílias instaladas nos alojamentos, mas já solicitou a Defesa Civil Estadual mais cestas básicas e colchões, que estão em falta. “O município não tinha nenhum colchão de reserva, porque tudo foi usado na última enchente”, falou Antônio. A prefeitura espera ter a demanda atendida o mais rápido possível.
Em Imperatriz, a Defesa Civil Municipal está levando os afetados para o Parque de Exposição Agropecuário, principal alojamento do município, com capacidade para abrigar 90 famílias. Além do parque, a prefeitura conta ainda com mais 35 prédios disponíveis para abrigar a população afetada pelas chuvas. Mas até agora, as equipes da Defesa Civil só conseguiram retirar 15 famílias das áreas ribeirinhas, disse Francisco das Chagas. “O restante se recusa a sair de casa, porque não acredita que a água vai chegar até lá, ou a água já está dentro de casa, mas prefere não sair”, falou.
Dos cinco bairros ameaçados normalmente ameaçados pela cheia do Tocantins, três já estão embaixo d’água. São eles: Caema, Beira Rio e Curtume. Apesar da resistência, o coordenador disse que a previsão era realocar 40 famílias para locais seguros até a noite de ontem. Os próximos passos a serem tomados pela prefeitura de Imperatriz são montar um posto de saúde no parque agropecuário, e fazer o levantamento das crianças instaladas no alojamento, para providenciar o transporte escolar.
Meteorologia prevê muito mais chuva
Segundo estações do Núcleo de Meteorologia da Uema, caíram 337,2 mm de água durante o mês de fevereiro em Pedreiras, cidade vizinha a Trizidela do Vale. De acordo com outra estação do núcleo, instalada em Sítio Novo, na cabeceira do rio Mearim, lá caíram 275,2 mm de água em fevereiro. Em Estreito, foram 376,2 mm de água; em Barra do Corda, 221 mm de água; em Açailândia, 509 mm de água, todos dados referentes ao volume de chuva no mês passado.
Por isso, a cidades instaladas na Bacia do rio Mearim devem estar em alerta, já que o período chuvoso está apenas começando. De acordo com estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), caíram 342,5 mm de água em Imperatriz em fevereiro. Cidades da Bacia do rio Tocantins também devem estar em alerta. As previsões para os meses de março e abril são de chuvas em média ou acima da média do período chuvoso na região central do estado, compreendendo cidades das bacias do rio Mearim e Tocantins. No noroeste do estado, abrangendo a Ilha de São Luís, a previsão é de chuvas acima da média prevista para o período.
FONTE: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=73955